Nesta edição da Coluna do Raul, o nosso especialista vai falar sobre uma medida que será analisada pelo governo espanhol recém-formado, que recebeu uma série de pedidos do setor de duas rodas com o objetivo de que a motocicleta seja lembrada pelas autoridades. Acompanhe!
O setor de motos na Espanha representa 17% dos licenciamentos de veículos naquele país. Apesar de minoritário, ele é estratégico para a nova mobilidade urbana. O setor tem longa tradição no país iberico e agora vive mais uma oportunidade industrial com as motos elétricas.
O pleito do setor é para que o governo inclua as motocicletas nas políticas automotivas. A moto pode contribuir significativamente para a melhoria da mobilidade urbana sustentável, seja pelas emissões reduzidas ou pela melhor utilização do espaço público.
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O setor solicitou ao governo que reveja a rotulação ambiental das motocicletas e scooter para que suas particularidades sejam consideradas na Lei da Mobilidade Sustentável, o que não foi apreciado na legislatura anterior, afinal não são carros nem bicicletas.
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Tal como os ciclistas, os motociclistas são condutores vulneráveis e é necessário que o governo continue a investir na segurança. Nos últimos anos, o setor tem trabalhado em diferentes propostas acordadas com o governo, como a certificação de cursos de formação pós-habilitação, uso de equipamentos de segurança, circulação segregada em corredores em congestionamentos etc., mas infelizmente nenhuma dessas solicitações entrou em prática.
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Os responsáveis pelo setor veem a renovação da frota como mais do que necessária, já que a idade média da frota de motos (17 anos) é muito superior à dos automóveis. A melhor solução seria rever a tributação dos veículos, uma vez que quase todos os impostos incidem sobre as motos novas, excluindo da carga fiscal os veículos mais antigos, menos seguros e mais poluentes. A associação dos fabricantes espanhóis acredita que a atual legislatura possa atender as motos e os seus usuários como merecem, levando em conta o pleito. Com mais de 5,7 milhões de motos e scooter emplacados na Espanha, essas seriam as medidas merecidas.
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No Brasil, segundo dados da Fenabrave, as vendas de motos chegaram a superar a de automóveis em maio de 2023. Isso demonstra a força do mercado de duas rodas em nosso país e certifica que as motocicletas devem ser sempre consideradas nas politicas municipais, estaduais e federal.
Na capital paulista temos visto a expansão da faixa azul, exclusiva para motos, algo que eu havia sugerido, em editorial aqui na revista MOTOCICLISMO, no ano de 2008!
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Fico muito feliz que essa iniciativa tenha sido um grande sucesso, pois aumentou a segurança dos motociclistas e reduziu o número de acidentes e mortes. Que 2024 seja ainda melhor e mais promissor para o mercado motociclistico!
Raul Fernandes Jr. é especialista em mercado de motocicletas, presidente da AssoRoyal (Associação dos Revendedores Royal Enfield do Brasil), sócio do Grupo 2W Motors e ex-diretor de redação da revista MOTOCICLISMO Brasil.